Uma Pequena Estória de Casa da Luz Vermelha

Trabalhei durante muito tempo em uma pizzaria, quando mais jovem.

Lembro que perto haviam dois puteiros. Um deles, ficava um pouco mais próximo (onde, vez ou outra, entregávamos a pé), o outro um pouco mais distante.

Esse que habitava os recantos mais longínquos era chamado carinhosamente de a “casinha do número 3”, devido ao número de aço que jazia em suas paredes de fachada.

A cor de seus muros era vermelha (uma coincidência com o fato de antigamente os prostíbulos serem chamados de casa da luz vermelha, e havia um enorme coração flechado na fachada, indicando o que viria adiante para quem adentrasse no recinto.

Como a distância era um pouco maior, só quem levavam os pedidos eram os motoboys. Lembro que uma vez saiu uma entrega para a casinha do número 3. A acompanhante (como chamam, respeitosamente, hoje) havia convencido um velho a comprar uma pizza e ele, já inebriado no pós $3×0, provavelmente, não titubeou em lançar:

– Pode comprar que eu pago, minha princesa!!

Saiu a pizza e lá foi o motoca vida loka. Saiu com duas pizzas uma de frango com catupiry e outra de atum com queijo, na época custou cerca de 110 reais.

O motoca acelerou, chegou na casa e buzinou, ao que saiu uma mulher morena mediana (no alto dos seus 1,60 erguidos por saltos), peitos caídos, sem sutiã e com um shorts mostrando a polpa da bunda e as estrias em excesso da perna e do glúteo fora de forma.

A garota sorri, vai ao fundo e pede o cartão, esticando a mão ao velho. Ele, prontificado ao sinal ao qual foi submetido, saca e vai ao encontro do motoca.

– Quanto foi?

– 110 reais, colega.

– Caraca, custou mais esse lanche que a foda. Passa aí….

Ao fundo, a garota grita:

– Não esquece a caixinha do motoca….


Casa da Luz Vermelha?

Sempre me perguntei por que chamavam os puteiros de casa da luz vermelha, mas sempre tive preguiça de procurar.

Escrevendo esse texto, resolvi dar uma buscada no oráculo universal Google.

Achei que, antigamente, os guardas ferroviários americanos usavam uma lanterna vermelha e, ao irem ao “motel” dar uma escapadinha, deixavam essas lanternas na entrada, caso alguém viesse atrás dele, iluminando a fachada de vermelho.

Será factível isso?

Abraços!!

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scant
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2 years ago

bom texto
sempre achei q esses lugares deveriam ser mais discretos…mas no brasil tudo é bagunçado

“estrias em excesso da perna e do glúteo fora de forma” o velhinho sabe aproveitar a vida hahahahaha o que importa é o prazer

abs

Blog do Neófito
2 years ago

Olá, Mago.

As histórias “venéreas” (como dizia o Paulinho Gogó de A Praça É Nossa) sempre são mais gostosas. E essa é duplamente venérea!

“havia um enorme coração flechado na fachada”

Rapaz, que puteiro chique. Um coração flechado na porta! Hoje em dia, isso não existe mais. Os puteiros são bares normais. Vc só nota que é zona devido às moçoilas sentadas nas mesas pensando na vida. Tenho um cunhado trouxa, aliás, que ia a esse bordéis e gastava mil/dois mil reais por noite apenas bebendo e pagando bebida às putas. Saía de lá sem comer ninguém. Vai entender. Acho que a tara dele era gastar mal o dinheiro. A cada cem reais jogados no lixo ele tinha um orgasmo. Só isso explica. Perdi totalmente o respeito por ele!

“– Pode comprar que eu pago, minha princesa!”

Ainda não tô na fase de chamar puta de princesa. Mas chamo-as de “amor ou bebê”. Elas adoram. E tenho o maior apreço por putas profissionais. Tenho medo é das não profissionais.

“peitos caídos, (…) as estrias em excesso da perna e do glúteo fora de forma”

Tô fora. Nem em casa pego baranga, considerando que minha esposa é gata, eu que não vou pular a cerca comendo bagulho!

Essa história da luz vermelha não convence. Acho que era realmente comum pendurar uma luz vermelha em casas de tolerância. Aliás, em minhas andanças em lugares onde Judas perdem as botas, já vi puteiro com luzes vermelhas na frente, especialmente para indicar aquele local como ponto. A cor vermelha traz a putaria em seu simbolismo, seja aqui ou do outro lado do mundo, com as lanternas chinesas.

Abraços!

Blog do Neófito
2 years ago
Reply to  Matheus

Os caras buscam mulheres “top” em site e pagam caro. Já percebi que, em várias capitais, as mesma garotas que fazem ponto em bares, boates e até mesmo em locais movimentados de turismo são as mesma que anunciam. Vi uma gata (tipo panicat) que cobrava 150 em seu ponto usual e que, no site, cobrava 400.

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